Artrite Reumatóide

A artrite reumatoide é uma doença inflamatória (doença reumática) que pode acometer tanto as articulações quanto os demais tecidos do corpo humano. A doença pode afetar as mãos, os pés, os tornozelos, os joelhos, os ombros e os próprios quadris. Portadores de artrite reumatoide, além de dor, calor e rigidez nas juntas, costumam queixar-se também de cansaço físico.

Artrite Séptica

Frequente em crianças mas pode ocorrer em adultos, é um processo infeccioso (bacteriano), que dependendo da agressividade da bactéria ou um tratamento não bem conduzido, pode destruir a articulação(destruição da cartilagem), pode ter como solução a prótese, porém tem que ter a certeza e um tempo adequado para que não tenha mais atividade infecciosa(sem bactéria).

Prevenção
Recomenda-se aos adultos a prática de hábitos alimentares saudáveis e de evitar o uso de álcool ou drogas, pois essas substâncias costumam diminuir a resistência do corpo, tornando-o mais vulnerável às infecções. Qualquer pessoa que apresente um quadro súbito de dor na virilha acompanhada por febre e redução dos movimentos da articulação coxo-femoral deve ser imediatamente avaliada por um especialista. A febre pode ser alta ou baixa dependendo do agente causador da infecção. Na tuberculose articular a febre costuma ser baixa. Deve-se ficar atento quando os bebês apresentam febre persistente e choro constante, que aumenta quando se move a articulação do quadril. Observar se esse quadril do bebê se mantém fletido (dobrado), com o pé rodado para fora, pois, essa posição que alivia a dor e o desconforto provocados pelo acúmulo de líquido purulento no interior da cavidade articular, poderá auxiliar o médico a suspeitar da enfermidade.

Diagnóstico
Após uma minuciosa coleta de informações e um acurado exame clínico o médico poderá solicitar um hemograma completo, que deverá evidenciar um aumento de leucócitos (as células de defesa do organismo) juntamente com os assim chamados bastões ou glóbulos brancos jovens.

Tratamento
O tratamento da artrite séptica visa dois objetivos: eliminar o germe causador da infecção e drenar a secreção purulenta aprisionada no interior da junta. Se essa secreção não for drenada irá provocar a destruição da cartilagem que reveste as extremidades ósseas, pela ação das substâncias tóxicas presentes no líquido purulento e que são produzidas por germes vivos e mortos e células de defesa também vivas e mortas. É essencial que se identifique o mais rapidamente possível o germe causador da infecção, pois isso irá permitir que se utilizem os antibióticos mais indicados para cada caso. Muitos hospitais dispõem de infectologista, que é o médico especializado em germes e infecções. Trabalhando em equipe, esse especialista e o ortopedista de quadril poderão integrar seus esforços com o objetivo de tratar a artrite séptica com a maior eficácia possível. A artrite séptica do quadril é uma doença séria que deve ser tratada o mais precocemente possível, utilizando-se todos os recursos terapêuticos disponíveis, com destaque para a drenagem cirúrgica. Essa drenagem, que é a lavagem contínua e exaustiva com soro fisiológico, associado ou não a outros medicamentos, é o tratamento imediato que deve ser instituído em caráter de emergência, com o objetivo de salvar a junta e a vida do paciente. Quando a artrite séptica do quadril está relacionada a uma cirurgia de prótese, o tratamento pode exigir a retirada dessa prótese, que pode ou não ser substituída por outra, a critério do médico assistente. O tratamento da artrite séptica deve ser realizado em regime de internação hospitalar, com o paciente recebendo medicamentos intravenosos por cerca de 15 dias, que podem chegar a 45 dependendo do caso. Depois desse período, e a critério médico, o paciente poderá continuar o tratamento em sua residência, tomando antibióticos por via oral por mais dois a seis meses.

Artrodeses

Algumas patologias como infecção (artrite séptica) ou provocado por cirurgias, que era muito frequente no passado, quando as utilizações das próteses não existiam. A Artrodese é a fusão do fêmur com a bacia deixando a articulação rígida. É possível reverter a articulação através de colocação de prótese do quadril (veja a cirurgia no item Cirurgias mais frequentes).

Artrose

Também chamada de osteoartrose é o processo de desgaste da articulação, este processo pode ocorrer em várias doenças do quadril, porém a mais frequente é o desgaste de causa desconhecida, o que chamamos de artrose idiopática, também sendo influenciada por herança genética. Esta doença leva a restrição dos movimentos, dor ao repouso e ao andar, assim como encurtamento do membro afetado. Dependendo do grau desta afecção pode ser resolvida com a prótese do quadril que devolve a mobilidade do quadril e retira a dor, os quadros menos intensos podem ser conduzidos de forma não operatória, como fisioterapia, hidroterapia, acupuntura e tratamento medicamentoso.

Doenças Reumáticas

Doenças reumáticas como artrite reumatoide, espondilite anquilosante, psoríase, entre outras provocam um processo inflamatório no quadril e outras articulações, levando em alguns casos a destruição da cartilagem, tornando estas articulações extremamente dolorosas e limitadas tendo como solução a realização de artroplastia (prótese).

Epifisiólise

É o escorregamento parcial da cabeça do fêmur ao nível da placa de crescimento, com a perda de sua esfericidade e o consequente desarranjo articular.

O modelo esquemático acima mostra que a cabeça femoral na criança é dividida ao meio por uma placa cartilaginosa, responsável por parte do crescimento longitudinal desse osso.

Observe que a parte superior da cabeça do fêmur escorregou para baixo e para trás da placa de crescimento. Quando isso ocorre há uma perda do formato esférico da cabeça femoral, o que poderá acarretar o comprometimento dos movimentos da articulação do quadril no futuro.

Fraturas do Acetábulo

O acetábulo é a parte em forma de concha que abriga a cabeça femoral na parte da bacia. Geralmente as fraturas deste osso leva lesões na cartilagem de difícil restabelecimento anatômico, levando a irregularidade do encaixe com a cabeça do fêmur, ocorre um desgaste (artrose). Dependendo do grau de dor e incapacidade da função pode ser resolvida com prótese.

Fraturas do Colo do Fêmur

Na maioria destas fraturas a regra é o restabelecimento da anatomia do osso e fixação com placas, pinos, parafusos ou haste, porém dependendo da faixa etária (paciente mais idoso), estas fraturas levam a interrupção do fluxo sanguíneo para a cabeça femoral, sendo então necessário realização de próteses que tem como vantagem o retorno rápido para andar, não tendo que esperar a consolidação da fratura.

Fraturas Trocanterianas

É uma fratura localizada logo abaixo do colo do fêmur e que pode apresentar uma grande fragmentação óssea.

Geralmente afeta pessoas muito idosas e a maneira como o osso quebra impede que elas possam se sentar ou movimentar no leito, com consequências danosas para o organismo. Essa imobilidade poderá provocar o acúmulo de secreção nos pulmões, levando a pneumonias. Há redução do fluxo de sangue nas veias das pernas, podendo ocasionar trombose, que é a formação de coágulos no interior das veias. Esses coágulos, ao se desprender e entrar na circulação, podem obstruir uma artéria do coração, cérebro ou pulmão e levar o paciente a um quadro grave. O tratamento é cirúrgico e realiza-se a fixação interna da fratura.

Legg-Perthes

Também conhecida como Doença de Legg-Calvé-Perthes é caracterizada pela necrose da cabeça femoral durante sua fase de crescimento. Tem este nome em homenagem aos médicos que, no início do século XX, utilizaram em suas pesquisas um exame recém inventado e que, de tão revolucionário, permitia ver o interior dos ossos. Esse exame foi chamado de Radiografia por seu criador, o cientista Roentgen, pois utilizava os raios X. Arthur Legg, de Boston, EUA, Jaques Calvé, da França, e George Perthes, de Tubingen, Alemanha, chamaram para si a primeira descrição desta doença no ano de 1909 e, na impossibilidade de saber qual deles havia sido realmente o primeiro, nada mais democrático e justo do que batizá-la com o nome dos três.

Sua causa ainda permanece indefinida, mas sabe-se que há predisposição em crianças que apresentam um atraso na maturação do esqueleto. A incidência em meninos é quatro vezes maior que em meninas. Sua prevalência é de 1 para cada 4750 nascidos vivos. A idade mais atingida varia dos 2 aos 12 anos, sendo a maioria entre 4 e 8 anos. Sabe-se que, quanto mais velha for a criança, pior será o prognóstico. Aproximadamente 10 a 12% dos casos acometem os dois quadris e 10% possuem um caráter familiar.

Luxação Congênita

Atualmente mais conhecida como Displasia do Desenvolvimento do Quadril, nada mais é do que um deslocamento contínuo dos ossos que formam essa articulação, em razão de sua forma anormal. Ao invés da cabeça do fêmur apresentar formato esférico, o que permitiria seu encaixe anatômico na cavidade acetábulo, que deveria ser côncava, esses dois ossos apresentam formas anômalas. Essas deformidades acabam comprometendo a própria estabilidade da articulação, pelo escorregamento progressivo de um osso sobre o outro e a perda das relações articulares.

Necrose da Cabeça do Fêmur

A causa desta doença é uma isquemia, ou seja, falta irrigação do sangue em parte da cabeça femoral, principalmente na parte superior, onde recebe a carga do peso do corpo, isto leva a falta de suporte para a cartilagem e a mesma se deforma causando irregularidade da cabeça do fêmur e consequente desgaste da articulação. Uma das causas mais frequentes é a utilização de corticoides, também tem relação com alcoolismo, trabalhadores em mina, pela variação de pressão atmosférica assim como a de causa desconhecida.

Pseudoartrose do Colo do Fêmur

Algumas fraturas não consolidam, o que se chama pseudoartrose, e as vezes esta situação leva a isquemia da cabeça do fêmur (necrose), sendo necessário substituição da articulação por prótese de quadril.

Quadril de Otto

É uma degeneração da articulação, de provável origem genética, que a cabeça femoral penetra na pelve, o que chamamos de protrusão, sendo necessário a colocação de enxerto ósseo para restabelecer a anatomia correta e por cima deste enxerto colocar uma prótese.

Síndrome do Impacto

Algumas alterações anatômicas, como calosidades no colo do fêmur ou alterações do acetábulo (bacia), podem provocar impacto destas estruturas levando a artrose (desgaste destas estruturas). Na fase inicial pode ser resolvido com cirurgias por artroscopia, ou seja, cirurgia por mínimas incisões (cirurgia por vídeo câmera), já com a artrose (desgaste) instalado e sendo dolorosa a solução são próteses.

O quadril é uma articulação do tipo bola e soquete, na qual a cabeça do fêmur, esférica, se relaciona com a cavidade da bacia, o acetábulo, que tem a forma côncava. Quando existe qualquer alteração no formato da cabeça ou do acetábulo haverá um impacto entre essas partes, o que irá provocar a destruição da cartilagem articular e a consequente artrose.

As setas pretas assinalam o labrum acetabular. O ligamento transverso pode ser visualizado, em alto relevo, na parte inferior da ilustração.

Soltura de Próteses

Próteses de quadril realizadas a décadas, ou menos tempo pode ocorrer solturas dos componentes da prótese, isto decorre por uso inadequado, grau de osteoporose, perda óssea intensa, técnica cirúrgica inadequada, qualidade do material de implante inadequado e tempo prolongado. Estes casos apresentam uma variedade de lesões complexas, e também técnicas avançadas para resolução do problema, com colocação de enxertos, utilização de telas, próteses de desenhos e tecnologias especiais (prótese de revisão), sendo possível o restabelecimento desta articulação com nova prótese.

Tumores Ósseos

Qualquer tumoração óssea, benigna ou maligna que envolva esta articulação, pode levar a destruição da cartilagem levando a artrose (desgaste) do quadril, sendo necessário a substituição da articulação por prótese.

Bursite Trocanteriana

Várias articulações possuem bolsas (bursas), com a finalidade de proteger do atrito as estruturas articulares, e por várias razões gera um processo inflamatório doloroso, no quadril na sua face lateral. O tratamento é geralmente conservador.

Lesão Labral

A cavidade acetabular que tem aspecto de concha que recebe a cabeça femoral, tem uma estrutura de partes moles que contorna seu rebordo(labrum), a lesão desta estrutura leva a dor. Geralmente seu tratamento é feito por artroscopia, cirurgia com vídeo câmera, através de pequenas perfurações.

Quadril em Ressalto

Alguns tendões determinados por algumas alterações quando transpassam por proeminências ósseas do quadril, provocando um ressalto e as vezes um “clic”. Seu tratamento normalmente é conservador.

Síndrome do Piriforme

A Síndrome do Piriforme é a consequência do encarceramento do nervo ciático pelo músculo piriforme na sua saída da pelve para a região glútea. Este pequeno músculo, que deve sua denominação ao formato de pêra, origina-se na pelve e conecta-se na parte superior e posterior do fêmur através de um tendão localizado próximo ao colo femoral. Sua função é promover a rotação externa ou lateral da coxa, o que realiza com o auxílio de outros cinco músculos, todos localizados profundamente no quadril, sob os glúteos. Esses músculos são chamados de rotadores. O nervo ciático emerge da pelve em direção à região posterior da coxa e passa por entre esses músculos rotadores.

Tendinites

Como qualquer parte dos membros existem vários tendões susceptíveis a inflamações, são as tendinites, que tem causas adversas. O tratamento é conservador.